sexta-feira, 13 de maio de 2011

Jovens Comuns

A Nova Onda
E não estão sozinhos. Jovens em todo o mundo estão assumindo sua homossexualidade muito mais cedo que há uma geração atrás. Isso foi identificado no ano passado nos Estados Unidos pelo pesquisador Ritch Savin-Williams, autor do livro “The New Gay Teenager”. Segundo ele, garotos já estão se dando conta de que são gays aos 12 anos e tendo seu primeiro contato sexual com alguém do mesmo sexo entre 14 e 16 anos – exatamente como seus colegas héteros. A novidade é que muitos estão se assumindo antes mesmo de completar o ensino médio.

No Brasil, existe muito poucas pesquisas sobre esse assunto. Mas para o sexólogo Cláudio Picazio, acostumado a lidar com adolescentes em seu consultório e a dar palestras em escolas sobre sexualidade, é visível que o adolescente está redescobrindo a homossexualidade. “Na pré-adolescência a criança fica confusa. Porque percebe uma atração, sente sensações boas, com ambos os sexos, ou até mais voltado a um deles, mas teme aquilo que começa a sentir. É na adolescência mesmo, quando o corpo fica pronto, que não dá mais pra segurar o desejo.”

Por que essa confusão inicial? Para o psicólogo, isso se dá graças ao papel da sociedade. “Há uma desconstrução da homossexualidade,” diz Picazio. “Se o adolescente é afeminado, dizem que ele é homossexual. E ele já é discriminado por causa disso.”

E essa discriminação começa cada vez mais cedo. 



Jovens Comuns
Os jovens gays de hoje não têm dúvidas: ser gay é sentir atração por alguém do mesmo sexo, mas, mais que isso, um desejo de ficar junto, embaixo do edredom, comendo pipoca e vendo filme de terror, de namorar, casar e ter filhos com alguém do mesmo sexo. Uma coisa que revolta a ambos é todo mundo achar que homossexualidade tem a ver só com o ato sexual, só com sacanagem. Nada a ver. Eles lembram de quando ainda eram virgens e já sabiam que eram gays.

Para eles, ser gay não é melhor nem pior do que não ser. Não estufam o peito e nem tentam se matar por causa disso. Eles se preocupam mais com a nota da última prova e com o horário determinado pela mãe para que voltem para casa do que com suas sexualidades. Como qualquer adolescente comum. 

O pesquisador Ritch Savin-Williams termina seu livro sobre adolescentes gays com uma frase do estudante Andrew James, que escreveu um artigo intitulado In Search of Ordinary Joes (Em Busca dos Caras Comuns): “Revelar perfis de homossexuais que são pessoas comuns pode não ser fabuloso, nem ser a última moda, mas acho que deveria ser a próxima onda do movimento gay.”

Ele conclui dizendo que é errado afirmar que a adolescência gay é definida apenas por dor e sofrimento. Os que se comportam assim são uma minoria. A maioria é feliz, se acha normal e quer viver essa normalidade gay. Ou lés. Ou bi. Ou seja lá como essa sexualidade se apresenta.

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