quarta-feira, 30 de novembro de 2011

No Twitter

Ele conta tudo no Twitter

"Solitário, aos 14 anos resolvi dividir com a minha irmã aquilo que já era muito claro para mim: gostava de meninos, e sabia que isso decepcionaria minha família. Ela chorou, disse que logo essa fase passaria, e o pior: contou para todo mundo. Minha família chegou a me encaminhar ao psicólogo. Depois, à igreja. Não foi facil, mas o alívio de compartilhar a situação me transformou em outra pessoa. Pouco falo sobre meus namoros, e agiria da mesma forma se eles fossem com meninas. Fico, no entanto, bem á vontade para falar de minha vida amorosa no Twitter, no qual tenho mas de 1.700 seguidores. De onde menos se espera à vezes ainda vem uma agressão gratuita, mas a coisa está mudando para melhor"


Lucas El-Osta, 17 anos.
Estudante do 2º ano do ensino médio no Rio de Janeiro

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Os Sonhos

"Meus sonhos precisaram ser reconstruídos"
"Acho que toda mãe percebe, a contragosto e com do, quando seu filho é gay. Sempre tive certeza disso em relação ao Igor, mas alimentava esperanças de que ele mudasse. Cheguei a rezar anos a fio por um milagre. No dia em que me filho finalmente se abriu comigo, aos 17 anos, ficei sem chão. Passado o choque, entendi que meus sonhos em relação a ele precisariam ser completamente reconstruídos. Não escondo mais de ninguém que me filho é homossexual. Sinto que o fato de mãe tomar essa iniciativa ajuda a espantar o preconceito. Sempre que arranja um namorado, ele frequenta a minha casa e saímos juntos. Meu filho está feliz. Não é isso que todos nós buscamos?"
Ana Maria Konrath, 55 anos. Estilista gaúcha, mãe de
Igor Konrath, 20 anos. Estudante de comunicação social

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Nunca me escondi


"Nunca me escondi"
"Cheguei a beijar garotas, mas foi só quando troquei o primeiro beijo com um menino, aos 14 anos, que senti um emoção real. Era tão claro para mim que resolvi contar a meus amigos mais próximos da escola que era gay. A princípio, eles estranharam. Cheguei a ser algo de olhares tortos e gritos de 'bicha', mas logo passou. Quando contei a meus pais, no passado, eles no fundo já sabiam. Nunca me preocupei em levar garotas parar casa só para me passar pelo que não era. Também não tenho necessidade de ficar me reafirmando gay na frente dos outros. 
Isso é bobo demais. Para min, é só mais uma de minhas características"

Hector Gutierrez, 17 anos.
Estudante do 3º ano do ensino médio 
numa escola particular em Minas Gerais.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Os Discretos

Assumidos, mas discretos
"Aos 15 anos, depois de alguns flertes com meninos e nenhuma relação com meninas, conheci meu atual namorado. Apaixonado e angustiado por viver escondido, achei que não havia outro caminho senão abrir a questão para os meus pais. Até hoje, não falamos muito sobre o assunto, mas eles já aceitam a situação, e até levo o Leandro para dormir lá em casa. Ás vezes, andamos de mãos dada mas não trocamos beijos em público. Não preciso ficar expondo minha sexualidade. Prefiro as boates que meus amigos, gays ou não, frequentam ao circuito GLS."


Victor Guedes, 19 anos, Produtor de moda (á esq.)
Luiz Leandro Caiafa, Namorado, 20 anos, 
Estudante de ensino técnico no Rio de Janeiro

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Não era uma fase

Não era uma fase!
"No início da adolescência, já me sentia atraída por meninas. Aluna de um colégio de freiras, havia crescido ouvindo que o amor entre pessoas do mesmo sexo era algo imperdoável, mas nunca vi a coisa assim. A mim, parecia natural. Aos 14, até tentei namorar um menino. Não funcionou. Um ano depois, quando me apaixonei de verdade por um garota, resolvi contar a meus pais. Minha mãe repetia: 'Calma que passa, é uma fase!'. A aceitação da ideia é um processo lento, que envolver agressões de todos os lados e decepção. Sei que contrariei o sonho da minha família, de me ver de grinalda e com filhos, mas a melhor coisa que fiz para min mesma foi ser verdadeira. Por que me sentir um criminosa por algo que, afinal, diz respeito ao amor?"


Amanda Rodrigues, 18 anos.
Estudante de artes visuais no Rio de Janeiro

sábado, 19 de novembro de 2011

Um Bom Companheiro

A mãe torce para que ele ache 
um bom companheiro!

"Aos 16 anos, quando contei á minha mãe que preferia os homens ás mulheres, ela ficou possuída de raiva. Eu achava que a notícia não causaria tanta comoção. Não havia aberto o jogo sobre minha sexualidade, mas tinha certeza de que minha mãe já desconfiava. Nunca levava garotas em casa nem falava delas. O dia em que contei tudo, no entanto, foi um divisor de águas parar nós dois. A relação ficou muito tensa. É interessante como a coisa, depois, vai sendo assimilada. Ela abandonou o sonho de me ver chefe de um família tradicional e, no lugar disso, passou a sonhar com um bom companheiro para mim. Isso ainda não aconteceu. Hoje, no entanto, minha vida é ótima. Não escondo das pessoas de que mais gosto o que realmente sou."
Gabriel Taverna, 19 anos, Estudante de São Paulo

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Uma Turma Colorida


Paulo, William, Marcus, Davi, Charles, Akira, Jefferson 
( De pé, da esq. para a dir. ); E Harumi e Daniele ( Sentadas ). 
Eles abriram o jogo para os pais ainda na adolescência.


Longe do estereótipo
"Sempre tive atração por meninas, só que morria de vergonha de me aproximar delas e revelar o que sentia. Precisei de alguns anos para aceitar, eu mesma, a ideia. Foi na internet que consegui arranjar a primeira namorada. Quando a coisa ficou séria eu quis levá-la a minha casa, contei a meus pais, que, como era esperado, sofreram. Meus amigos também já sabem que sou homossexual. No começo, estranharam. Nunca me enquadrei no estereótipo da menina gay, masculinizada, mas não tenho dúvida quanto á minha opção. O melhor: depois de um processo difícil, isso acabou se tornando natural para min e para todos á minha volta."
Harumi Nakasone, 20 anos, 
Estudante de artes visuais em Campinas